Data: 03/05/2024

De sensores de solo a máquinas versáteis, tecnologias otimizam custos no cultivo de grãos


Maior feira de agronegócio do país, Agrishow tem opções com investimentos a partir de R$ 7 mil e inovações que prometem baixar em até 90% os gastos dos produtores. Agrishow 2024: tecnologias de monitoramento ajudam a reduzir custos no campo A queda da safra de grãos é, em parte, consequência dos efeitos do clima, mas uma parte dos prejuízos contabilizados pelos produtores têm relação com problemas como desperdício de matérias-primas, falhas humanas e equipamentos obsoletos. Em culturas como a cana-de-açúcar, por exemplo, a perda média de uma plantação, no Brasil, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de 20%. Para fazer frente a isso, empresas apostam na popularização de soluções que aumentam a precisão dos processos. Máquinas multiculturas, sensores de solo que economizam água e mapeamentos remotos com uso de inteligência artificial estão entre as alternativas que podem ser conferidas na Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto (SP). Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp “Acredito que a saída é a educação, é a capacitação e o entendimento de todos os envolvidos no processo agrícola para aumentar a precisão e diminuir perdas. A tecnologia e a inteligência artificial já são realidade no campo”, afirma o engenheiro agrônomo e presidente da Herbicat, Luis Cesar Pio. A empresa acaba de lançar durante a Agrishow um piloto automático com visão computacional e IA. O objetivo é danificar o mínimo possível a plantação. Trata-se de um sistema de câmeras capaz de identificar linhas de plantio e evitar contato entre o trator e a plantação. As câmeras se comunicam por cabo com um computador de bordo que está ligado à direção do trator. A empresa garante que o sistema funciona em qualquer tamanho de máquina e reduz a perda para a média de 5%. Máquina de multiculturas das Indústrias Colombo Divulgação/ Indústrias Colombo Máquinas adaptadas Produtores que optam pelo plantio de mais de uma cultura no mesmo solo visam potencializar os ganhos. Isso é mais comum em médias e pequenas propriedades, como aponta o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Manoel Ricardo de Albuquerque. “Para haver ganhos em termos de produção e qualidade do solo nestes casos é necessário observar uma série de fatores. Técnicas específicas para o controle de erosão, calagem e adubação, além de uso de equipamentos e maquinários adequados é essencial”, aponta. Parte da indústria percebeu que o equipamento capaz de colher feijão com precisão não tinha o mesmo sucesso na colheita de amendoim, por exemplo. “A saída muitas vezes acaba sendo utilizar o mesmo trator e uma plataforma determinada para cada tipo de cultura, mas esse trator quase sempre vai danificar o grão”, diz Neto Colombo, diretor de operações das Indústrias Colombo. Também com a promessa de índices mínimos de perda, Neto explica que a colhedora Avanti, lançamento da marca, é capaz de um fluxo de baixo impacto do material a ser trilhado, ou seja, não danifica a semente quando a plataforma recolhedora passa por cima do solo semeado. A versão mais compacta da colhedora acaba de ser lançada na Agrishow e custa em torno de R$ 3,2 milhões. “A esteira de descarregamento composta por lona de borracha mantém a alta integridade de grãos e agrega valor no produto. A compra do feijão ou do amendoim no mercado é visual, além de menores perdas, visualmente será um produto mais bonito." Sistema que monitora necessidade de água na irrigação promete aumentar economia em até 30% Divulgação/Valley Sensores que economizam água “Água em excesso é tão prejudicial quanto a falta dela na lavoura”, explica o gerente comercial da Valley, Sandro Rodrigues. Por isso, cada vez mais opções de controle da irrigação são procuradas pelos produtores. Sensores de solo ligados aos bicos de irrigação e controle meteorológico são a base da plataforma recentemente lançada pela empresa. A empresa promete economia de até 30% de água com um investimento de aproximadamente R$ 15 mil. “O sistema é capaz de jogar todas as informações para o aplicativo de celular, o produtor recebe as informações hídricas da plantação e consegue alterar o planejamento de irrigação se necessário." Sistema que monitora necessidade de água na irrigação promete aumentar economia em até 30% Divulgação/ Valley Mapeamento remoto e IA A Climate FieldView, plataforma da alemã Bayer, aposta na grande base de clientes para popularizar seu sistema capaz de identificar falhas, corrigir planos e mapeamento inteligente. O equipamento é acoplado ao maquinário e joga as informações para um tablet ou para um celular. Guilherme Belardo, líder de desenvolvimento de negócios da empresa, explica como ele funciona. "A combinação de dados, informações, insights e soluções possibilita a correção rápida de situações mais urgentes pelo próprio operador e também um planejamento mais preciso do produtor com o banco de dados que ele vai criando”, diz. Esse equipamento custa em média R$ 7 mil para quem não é cliente da Bayer e, segundo a marca, é o primeiro passo para digitalização da propriedade. Há uma escala de produtos que são oferecidos ao cliente depois desse passo. LEIA TAMBÉM Telemetria, força e eficiência: tratores 'top de linha' reúnem tecnologia e conforto para o produtor rural; VÍDEO Menos herbicidas, economia de água, produtividade: como robôs otimizam pulverização e controle de pragas Produtores que já possuem um histórico digital da plantação e visam uma economia mais detalhada, como em qual parte da propriedade plantar determinada semente, são o público da Basf, que acaba de lançar uma série de softwares interligados com satélite que avaliam imagens detalhadas, criando mapas de potencial produtivo. A plataforma é capaz de avaliar diferentes tipos de solos e identificar a previsão de colheita. “A plataforma vai te entregar uma projeção antecipada. É como se ele te desse o mapa de produção de determinada área antes mesmo do plantio”, afirma Alan Castro, coordenador de desenvolvimento da Xarvio, uma divisão de IA da Basf. O serviço utiliza informações do satélite desde 2016 e é capaz de fazer uma média ou a evolução do que ocorreu no terreno nos diferentes meses do ano. “Nós temos um mapeamento digital feito 100% por inteligência artificial com diferentes funções capaz de, se lido corretamente, resultar em uma economia de 90% no uso de herbicidas." Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP Veja mais notícias da Agrishow 2024 Já foi à Agrishow? Conheça a maior feira de agronegócio do Brasil