Data: 05/12/2023

Grupo suspeito de movimentar mais de R$ 3 bilhões em contrabando de soja é alvo de operação da PF em 5 estados


Grupo utilizava portos clandestinos e fazia transferências em criptomoedas através de doleiros. PF cumpre 59 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão. Grupo é investigando por contrabando bilionário de soja Um grupo suspeito de movimentar R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos em contrabando de grãos, especialmente soja e milho, da Argentina para o Brasil, é alvo de operação da Polícia Federal (PF). Durante a manhã desta terça-feira (5), a PF cumpre 59 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão em cinco estados (Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Tocantins e Maranhão). 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O número de presos na operação não foi divulgado até a última atualização desta reportagem, na manhã de terça. A ação conta com apoio de Brigada Militar, Receita Federal, Receita Estadual do RS e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Veja abaixo todas cidades em que estão sendo cumpridos mandados. De acordo com a PF, o grupo utilizava portos clandestinos para facilitar a entrada dos produtos no Brasil e fazia os pagamentos por meio de doleiros e empresas de fachada. A investigação apontou que duas das empresas utilizadas pelos supostos contrabandistas compraram cerca de R$ 1,2 bilhão em criptomoedas. Também foram cumpridas medidas de bloqueio de contas bancárias vinculadas a pessoas físicas e jurídicas, que chegaram a um total de R$ 58 milhões, além de apreensão de automóveis, imóveis de luxo e uma aeronave com valor estimado de R$ 3,6 milhões. Suspeitos planejavam matar repórter Entre os presos durante a operação desta terça estão dois suspeitos que pretendiam matar o repórter Giovani Grizotti, da RBS TV. A PF interceptou mensagens trocadas pelos dois investigados que revelam o plano. (Veja a reprodução do diálogo abaixo) Na conversa, um dos suspeitos afirma que as reportagens do jornalista "forçam a polícia a ir atrás", ou seja, a investigar os crimes. O outro, então, sugere mandar matar o repórter. Ele recebe como resposta que o suposto assassinato melhoraria o esquema. Em conversa interceptada pela PF, suspeitos planejavam matar repórter Reprodução/RBS TV Grupo tinha três núcleos A investigação da PF começou em 2022 e aponta que a organização é formada por três núclelos: Donos de portos clandestinos às margens do Rio Uruguai; Beneficiários e revendedores das mercadorias contrabandeadas; Operadores financeiros. Através de doleiros, o grupo realizava operações financeiras ilegais para pagar fornecedores do exterior – em alguns dos casos, as empresas de fachada utilizadas nas transações adquiriram cerca de R$ 1,2 bilhão em criptomoedas. Essas operações eram feitas com documentação fraudada, como notas de produtores rurais lançadas para justificar o grande volume de grãos contrabandeados comercializados ou emitidas por empresas de fachada. Durante o período de investigação, 11 pessoas foram presas em flagrante. Também foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, além de caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos. Segundo a PF, grupo movimentou R$ 3,5 bilhões em cinco anos com contrabando de soja Polícia Federal/Divulgação Mandados de busca e apreensão: Cerro Grande (RS) - 3 Condor (RS) - 1 Crissiumal (RS) - 1 Horizontina (RS) - 1 Palmeira das Missões (RS) - 22 Rodeio Bonito (RS) - 1 Santana do Livramento (RS) - 4 Santo Ângelo (RS) - 1 Tiradentes do Sul (RS) - 9 Três Passos (RS) - 7 Tuparendi (RS) - 2 Itapema (SC) - 1 Itaí (SP) – 2 São Luís (MA) - 1 Palmas (TO) - 3 Mandados de prisão PREVENTIVA expedidos: Palmeira das Missões (RS) - 4 Mandados de prisão TEMPORÁRIA expedidos: Cerro Grande (RS) - 1 Crissiumal (RS) - 1 Palmeira das Missões (RS) - 3 Santana do Livramento (RS) - 1 Tiradentes do Sul (RS) - 4 Três Passos (RS) - 2 VÍDEOS: Tudo sobre o RS